O mercado acionário brasileiro vem passando por momentos turbulentos nas últimas semanas. O anúncio sobre o Auxílio Brasil, novo programa social que irá substituir o Bolsa Família, contribuiu para aumentar a tensão dos investidores e derrubar a cotação das ações negociadas na Bolsa na semana passada.
No acumulado de segunda até sexta-feira, o Ibovespa registrou queda de 7,28% – esta foi a pior semana do ano para o principal índice da B3.
No entanto, na opinião de Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, os investidores devem ter calma neste momento e evitar vender os papéis no desespero. “Sei que a bolsa está muito estressada, mas não acho que é hora de vender tudo”, afirmou Jennie, durante live realizada na última sexta-feira (22).
Ela ainda destacou que o investidor que se desfizer das posições agora vai sair no pior nível do Ibovespa em todo o ano. Na sexta, o índice fechou aos 106.296 pontos. “Isso, na verdade, vai contra a regra número 1 de quem investe [em ações], que é comprar na baixa e vender na alta”, afirmou a estrategista.
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Segundo e especialista, esse é o momento de os investidores terem um pouco mais de paciência e olhar com cuidado para o mercado de ações. “Os riscos aumentaram. Isso também não significa que não há oportunidades. Achamos que devemos continuar investidos na Bolsa, mas fazendo algumas mudanças um pouco mais táticas por conta do cenário”, disse.
“Observamos várias quedas na bolsa que não se justificam quando olhamos os fundamentos dos ativos. Algumas ações tiveram uma correção muito forte [que não estão em linha com os valuations]”, continuou a estrategista.
Ela disse ainda que alguns tipos de empresas podem fazer sentido para quem quer montar uma carteira mais defensiva. Entre elas, estão as companhias que atuam com commodities, que são exportadoras e estão menos exposta ao cenário nacional.
“Essas empresas ficam com exposição maior ao cenário internacional e estão mais protegidas das turbulências do mercado doméstico”, afirmou.
Já as empresas muito alavancadas, com dívidas elevadas, devem ser evitadas neste momento por conta da alta das taxas de juros – que impacta diretamente no endividamento das companhias.